terça-feira, 17 de junho de 2008

MINHA HISTÓRIA

Mais ou menos pela década de 1980, o estado de Alagoas já era marcado por canaviais, como sempre foi no tempo da produção de açúcar. Os carros que se dirigiam para os lotes de cana, rompiam o silêncio da madrugada com roncos de motores ao cantar do galo, ainda molhada com o orvalho terno da noite que na voz de facão e foices de peões, os trabalhadores rurais se preparavam para o labor braçal. Mas, havia entre os trabalhadores um menino ainda de apenas 11 anos de idade, que saía a cortar cana. Na sua bolsa, uma marmita de almoço frio, requentado pela cólera do sol, mas no coração queimava sob o sol do meio-dia um mero sonho de conquistar o seu sucesso como cantor. E ao findar do dia fadigado, recolhia suas ferramentas com um riso nos lábios como se fosse um de seus troféus de honra.
Edvaldo da Silva já começava a sentir o sucesso a percorrer em suas veias desde da sua infância, quando aos nove anos de idade brincava com os colegas, em simulações de shows e tudo mais. O tempo foi passando, e cada vez Edvaldo sentia o seu sonho se tornando em realidade, pois o desejo de tocar em um violão e cantar e encantar com sua terna voz os corações era muito superior as decisões do seus pais que jamais queria vê-lo com um violão. No obstante, tomava violão de outrem para praticar sua arte, muitas vezes recebendo um "NÃO" de um e de outro; Um olhar tenso e esperançoso de que iria conseguir, comprava revistas cifradas para aprender a tocar num violão que mesmo às vezes o mesmo desafinado, fazia soar na alma daquele adolescente sonhador, as mais lindas das melodias da visão da conquista dos seus ideais no compasso do tempo da sua luta.
Saía nas escondidas para os ensaios de colegas de bandas, no que muitas noites enfrentava as broncas de seu pai por fazer tal coisa. Mas Edvaldo tinha convicção do que estava querendo, iria para o quarto com a íntima felicidade estampada em sua feição por mais uma vez nos ensaios ter recebido prestígios por seu talento excelente, cujo parecia estar longe de ser reconhecido por seus queridos pais. Mas logo, percebeu-se que talento não esconde e foi logo sendo convidado para se apresentar em festas de aniversários, casamentos e colégio até, como recorda que se sentiu honrado quando foi convidado pela primeira vez pelo professor Luciano para tocar no colégio. Muitas lágrimas, muita emoção, "jamais esqueço que em uma dessas vezes que o professor Luciano me convidou, uma garota me optou para que eu cantasse uma canção da minha autoria, e simplesmente cantei a música I Love You, da minha própria composição, qual particularmente eu achava que a letra não tinha tanto sentido; mas quando a entoei no acompanhamento das notas de um violão, emocionei-me ao ver pessoas chorarem ao ouvi-la. Tenho somente que agradecer ao professor Luciano por ter me dado essa oportunidade de iniciar a realização do meu sonho" - relatou ele.
Daí por diante, Edvaldo buscou como poderia agora se ingressar na carreira do sucesso, encontrou-se com Wagner, que juntos cantaram em uma pequena demonstração na residência de um tio de Wagner que agradou bem a idéia de Edvaldo o colocar quão seu parceiro dominando na segunda voz, no que mais tarde surgiria a dupla formada por ambos. As coisas foram sucedendo para o bem de Ronny, que outrora era conhecido vulgarmente por "Val", e o interessante que o seu parceiro de trabalho Wagner, também se adotava por "Val"; sucedendo assim que mais tarde viesse que Edvaldo da Silva herdasse o nome artístico, "Ronny" que por acaso Wagner ouvira pronunciar numa partida de futebol.
Então, surgira a mais nova dupla sertaneja do estado Alagoas, Ronny e Wagner. Todavia, muito penhor, muita luta para deixar os cinco play-backs prontos ainda do CD "I Love You". Ronny trabalhava constantemente na indústria de açúcar e álcool, Porto Rico, à poucos quilômetros de Campo Alegre, onde ganhava por quinzena. Uma vez que o que ganhava era para ajudar seus pais em casa e outra vez era para pagar a gravadora. Mas a dupla obteve ajuda de duas irmãs que ao participar do primeiro show da mesma realizado em um circo que no momento se encontrava na cidade; onde que Ronny relembra que muitos foram para o show para tão zombar deles, mas quando cantou, os corações se derramaram em lágrimas, um verdadeiro show de emoção. Então, essas duas irmãs, Antônia Delmiro e Valdete Delmiro decidiram bancar as despesas da dupla. Em tudo Ronny demonstrava estar convicto do que estava querendo, até que uma certa vez estando em uma de suas gravações no estúdio, encontrou-se com Sátaro (locutor) que logo ficou amigo da dupla e quis levá-la para Maceió, no que previa maior oportunidade para a mesma. E assim sucedeu, Ronny, Wagner, Sátaro e João Antônio que se aventurou a ir com eles, porquanto era fotógrafo da dupla na época, registrando alguns fatos importantes.
1998. Chegando em Maceió, cuidaram logo de fazer a divulgação em algumas emissoras locais de TV, rádios e em jornais mais importantes como: Gazeta, O Jornal e etc. Uma das cousas inesquecíveis para Ronny foi quando de manhã logo cedo saíram às bancas de jornais para obter um jornal com a matéria exposta com o seu trabalho impresso. Ronny chorou com Wagner naquele momento tão esperado. No obstante, as oportunidades vinham, mas o perigo era muito grande, ter que fazer shows em lugares decadentes, de pessoas que vivem no submundo do insocialísmo; que muitas das vezes em meio a tanto receio de marginais, era difícil falar de amor nas favelas. Ficaram hospedados em um hotel, portanto precisavam se manter financeiramente e as conseqüências pareciam cada vez obscuras para a dupla; então, começaram a cantar nas praças e em lugares de grande freqüência de pessoas. Quando em um desses pontos movimentados conheceram Dainha que depois juntamente com Núnes ajudaram a dupla, Dainha que naquele momento não curtia muito o estilo tocado e cantado por eles; mas que aceitou ouvir a canção. Ronny e Wagner foram fortes nas profundezas da emoção e a mesma quis logo ajudá-los na carreira. Logo, a dupla Ronny e Wagner tinha um hotel melhor e maior divulgação do seu trabalho, até que chegaram a realizarem shows num dos melhores hotéis e também quase empresária da dupla.
Mas, estava muito bom para durar mais tempo, tudo estava ocorrendo bem, mas a saudade de conviver perto da família convenceu Wagner a largar a carreira e voltar à Campo Alegre deixando Ronny ainda em Maceió, no que ele voltou depois também. Então, Antônia e Valdete resolveram continuar o trabalho investindo no trabalho de Ronny. Mas o que fazer, se Ronny estava sozinho agora? Ronny só tinha uma saída no momento, trazer um amigo que dantes havia conhecido na casa do tio de Wagner também. Assim foi feito, Rennê voltou à Campo Alegre que se encontrava em São Paulo, assim com o escopo de fazer a segunda voz de Ronny. Ronny teve o trabalho erguido pela segunda vez, desta vez a dupla Ronny e Rennê invadiu os corações com o lançamento do CD "Chamas" letra musical de Carlos Campos, onde outrora tinha gravado "I Love You" na gravadora Odara. O CD "Chamas" gravado com um dos melhores arranjadores da Região, Luiz Júnior. Ronny via seu sonho sendo realizado quando viu seu trabalho sendo divulgado na TV Pajunçara numa bela entrevista que foi ao ar na véspera do lançamento do CD "Chamas".
As mil cópias foram bem vendidas com sucesso, as suas músicas já estavam sendo circuladas nas lojas e outros meios de revenda. Mas também chegou o momento de Rennê partir para o sertão pernambucano depois de haver casado. Ronny, mais uma vez sozinho, agora faz carreira solo, gravando o seu mais novo CD "Quero Mais". Edição criada por: (CLAUDIONOR ROCHA)

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